HISTÓRIA, EDUCAÇÃO, CULTURA E A CONSTRUÇÃO DO COTIDIANO NO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM-TERRA NO SÉCULO XXI: AVANÇOS E RECUOS
Resumo
Este artigo tem como objeto de análise a formação histórica e sociocultural do Movimento dos Sem-Terra, um dos mais significativos movimentos sociais da atualidade em nosso país. De posse das ideias pedagógicas do educador brasileiro Paulo Freire e à luz dos pressupostos teóricos dos marxistas ingleses Eduardo P. Thompson e Raymond Williams nos propomos, na perspectiva da história social, conhecer um pouco das lutas do MST no campo e seu percurso histórico permeado por algumas conquistas e desafios, avanços e recuos. Apreende-se, pois, que a importância da história social e da cultura, forjadas como práticas cotidianas e de histórias de vida do Movimento dos Sem Terra, se manifesta ao longo do tempo e de sua trajetória desde os primórdios de sua formação. Conclui-se que as experiências adquiridas pelos embates desafiadores travados em seu campo de ação, proporcionam ao MST a coragem e a força de lutar para superar os limites de uma sociedade marcadamente conservadora e excludente. Em dado momento de nossas tensões e conflitos sociais de lutas e protestos contra alguns governos de nosso país, o MST se apresentou e se apresenta, em vários momentos de nossa história, alinhado ao processo de lutas mais gerais da classe trabalhadora.
Referências
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