A AÇÃO COMUNICATIVA E OS CORPOS INDÓCEIS: UMA REFLEXÃO SOBRE ETNOPOLÍTICAS DE CIDADANIA COM IMIGRANTES AFRICANOS NA GRANDE LISBOA
DOI:
https://doi.org/10.35685/revintera.v5i2.3692Palavras-chave:
Ação Comunicativa, Africanos na Grande Lisboa, Etnopolíticas de CidadaniaResumo
O objetivo do presente artigo é apresentar uma reflexão e relação das ideias de Jurgen Habermas (1988, 2010a; 2010b) com o trabalho de Chiara Pussetti (2015) referente às etnopolíticas de cidadania e a intervenção do setor social que exercem influência nas vidas de imigrantes africanos na Grande Lisboa, normatizando sua conduta, corporeidade e moral. As referidas etnopolíticas dizem respeito ao processo de esterilização das mulheres a partir de um discurso etno/eurocêntrico que classifica os africanos como sujeitos faltosos em relação à responsabilidade materna e paterna, incapazes de se autogerir, portanto, o setor de assistência social se vê na “missão” de educá-los para se tornarem bons cidadãos. Com base em na leitura habermasiana, propomos refletir sobre como é dada a ação comunicativa na tentativa de integração dos imigrantes na sociedade de acolhida, a região da Grande Lisboa, por meio da disciplina e controle de seus corpos considerando os elementos no jogo de linguagem em dito processo. A partir de um levantamento bibliográfico e do confrontamento das referências, concluímos que a proposta de Pussetti (2015) exemplificada pelo fenômeno das implementações das políticas e projetos etnoraciais nos permite pensar no alcance delas e suas consequências na perpetuação de dominação do colonizador sobre o corpo dos colonizados, embora estes tenham feito o caminho inverso, ou seja, os africanos migraram para Portugal e lá são submetidos às referidas etnopolíticas.