AO ENCONTRO DE MERLEAU – PONTY: CONTRIBUTOS PARA OLHAR O CORPO E O MOVIMENTO NA INFÂNCIA
DOI:
https://doi.org/10.35685/revintera.v1i2.2341Resumo
A partir das obras “Fenomenologia da percepção e o “O olho e o espírito” de Merleau - Ponty, vamos tentar, num exercício de abstração teórica, mostrar que o “Ser” o “Mundo” e o “Ser-no-Mundo” da (pela) Criança, mais do que um olhar pelo “olho da racionalidade técnica e científica”, deve, num primeiro momento, ser olhado pela sensibilidade, pela percepção, pela intencionalidade fenomenológica. Esse olhar tem no corpo o seu campo de ação e interpretação. Neste sentido, a intenção deste artigo é propor uma reflexão teórica sobre as dimensões que envolvem o “ver fenomenológico/pré-reflexivo”, que é anterior ao “ver racional/reflexivo”, e as possíveis consequências no ato pedagógico e didático no campo da Educação Física nas primeiras idades. A metodologia utilizada recorreu na análise de referências teóricas de um autor em particular (Merleau-Ponty) e a partir daí se propõe fazer um (outro) exercício teórico, reflexivo e especulativo no campo da Educação Infantil, em particular no que toca ao corpo e ao movimento humano. Consideramos: 1. Quanto mais rico for o estímulo fenomenológico assente na sensibilidade, percepção, intuição, imaginação, subjetividade; quanto mais rico for o estímulo pré-reflexivo (este cimento), mais rico será depois o estímulo racional de que tanto a modernidade e a pós-modernidade “gosta”. Há linguagens que vêm antes da linguagem racional; 2. A educação nas primeiras idades deverá ser uma educação para ensinar a viver com curiosidade, com alegria, com sentimento e não para adorar, produzir, cumprir…um currículo demasiado racional e ideológico; 3. A investigação/ciência nas primeiras idades não deve ficar apenas ancorada na ciência exata. As primeiras idades precisam das ciências humanas – mais ampla e mais precisa no dizer do homem. Razão, ordem, objetividade, mas também emoção, afeto, sensibilidade, subjetividade, intersubjetividade. Os professores são/deverão ser especialistas em humanidades.