PROGNÓSTICO DE TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES ARTÉRIAS: ACHADOS ASSOCIADOS AO DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL E RESULTADOS PÓS-NATAIS
Palavras-chave:
Transposição de Grandes Artérias, Transposição de Grandes Vasos, Prognóstico, Pré-natal, Pós-natalResumo
A Transposição das Grandes Artérias simples ou completa (TGA) é uma má formação congênita cardíaca em que há discordância ventrículoarterial, concordância atrioventricular, curvatura anormal do septo interventricular e aorta anterior e à direita da valva pulmonar, pode ser isolada ou associada a uma variedade de outras anormalidades. Esta patologia possui prevalência de 0,2 por 1.000 nascidos vivos, normalmente subdiagnosticada no útero. Além disso, é mais comum em fetos de gestantes previamente diabéticas, expostas à pesticidas ou que tenham utilizado ácido retinóico no primeiro trimestre. O objetivo deste estudo foi identificar a possível evolução e marcadores prognósticos em pacientes diagnosticados com TGA durante o pré-natal, principalmente no que tange às repercussões pós-natais. As pesquisas foram encontradas na base de dados MEDLINE/PUBMED, aplicando descritores previamente selecionados com o auxílio da plataforma Decs/MeSH - Transposition of Great Arteries OR Transposition of Great Vessels AND Prenatal Diagnosis AND Postnatal. Os critérios de inclusão foram estudos publicados nos últimos 5 anos, sem restrição de idiomas e que abordaram o tema central - TGA. Os critérios de exclusão foram artigos que fugiram da temática central ou que a abordassem de forma superficial e estudos que discutissem TGA congenitamente corrigida. Os artigos foram submetidos aos critérios por meio da leitura dos títulos, resumos e do documento na integra. Dos 47 resultados, 13 artigos passaram pelos critérios e foram incluídos nos nossos estudos. A taxa de mortalidade em neonatos sem diagnóstico pré-natal foi de 25%, comumente apresentando acidose pós-natal e necessidade de intubação, enquanto que em neonatos com diagnóstico pré-natal foi de 0% com associação a melhores resultados neurocognitivos. Além disso, lesões cardíacas associadas tem efeito significativo na sobrevida e na sobrevida livre de cirurgia dos pacientes. Foi identificado baixa saturação de oxigênio em paciente com TGA e septo interventricular defeituoso (VSD), mas que esta é consequência principalmente do VSD. Mesmo quando adicionado estenose pulmonar ao caso mencionado, o quadro clínico ainda representa baixa mortalidade. No entanto, a TGA vinculada a um forame oval restritivo, pode levar a hipoxemia neonatal persistente, apesar da intubação, medicamentos e oxigênio suplementar, com risco de vida nas primeiras horas pós-parto. Nesse sentido, a avaliação precisa do tamanho e motilidade do forame oval que indiquem forame oval restritivo, mediada por ecocardiograma fetal realizado no final do 3º trimestre, permite a previsão da necessidade de septostomia atrial por balão urgente pós-natal. Foi identificado anomalias adicionais das artérias coronárias na TGA, impactando no tratamento cirúrgico desses pacientes. Os autores concluíram que variantes coronárias comuns foram submetidas a ASO sem mortalidade adicional em comparação com aquelas com o padrão coronário usual. No entanto, aqueles com artérias coronárias intramurais ou únicas têm mortalidade adicional significativa que persistiu ao longo do tempo. Conclui-se, portanto, que a TGA é uma das causas mais comuns de cianose neonatal, seu diagnóstico requer um parto planejado e manejo perinatal adequado, preferencialmente em um centro especializado, de modo que haja maior taxa de correção cirúrgica e mortalidade neonatal menor.