USO PROLONGADO DE CLONAZEPAM EM IDOSOS: PERSPECTIVAS PSICOSSOCIAIS E ESTRATÉGIAS DE DESPRESCRIÇÃO

Resumo

O presente estudo tem por objetivo realizar uma revisão narrativa da literatura acerca do uso prolongado de clonazepam por idosos, abordando os fatores associados à dependência psicológica, impactos na qualidade de vida e estratégias seguras de desprescrição. Busca-se compreender, com base na literatura disponível, as consequências biopsicossociais advindas da administração crônica desse benzodiazepínico e as alternativas terapêuticas para sua retirada. Esta pesquisa qualitativa fundamenta-se exclusivamente na revisão bibliográfica, utilizando artigos científicos indexados em bases como SciELO, PubMed e Google Acadêmico, além de publicações oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde. Os resultados indicam que o uso contínuo de clonazepam está fortemente associado à dependência psicológica, ansiedade de abstinência e receio de recaídas em transtornos ansiosos. Além disso, a literatura destaca que a ausência de acompanhamento médico adequado e de revisões periódicas aumenta significativamente o risco de eventos adversos, tais como deterioração cognitiva, quedas e isolamento social. Conclui-se que a implementação de estratégias de desprescrição gradual, em conjunto com intervenções não farmacológicas como psicoterapia cognitivo-comportamental, mindfulness e suporte familiar, configura-se como essencial para minimizar riscos. Recomenda-se ainda maior rigor nas regulamentações de prescrição e capacitação permanente das equipes multidisciplinares, contribuindo assim para práticas mais seguras e éticas em saúde mental na terceira idade.