A FILOSOFIA DA CIÊNCIA NO PENSAMENTO DE BACHELARD

Autores

  • Emerson Mateus Souza Duarte
  • Eleno Marques de Araújo

Resumo

O presente trabalho objetiva-se uma análise nas obras de Bachelard, no que tange a filosofia da ciência,
neste sentido, busca constatar a concepção filosófica do pensador francês sobre o conhecimento empírico [senso
comum] e o conhecimento científico. A metodologia utilizada na pesquisa consistiu na revisão bibliográfica, por
meio de leituras e fichamentos das obras primárias de Bachelard. Na trilha da epistemologia filosófica a
experiência, do ponto de vista dos empiristas, é uniforme em sua essência, pois tudo advém da sensação. Do outro
lado, estão os idealistas que não valorizam tanto a experiência, pois, uniforme para eles é a à razão: o intelecto. É
este o dever do epistemólogo, não se limitar às informações dadas à primeira vista, mas, ter a fome de
conhecimento, indagar-se a todo momento sobre os fatos obtidos e ir em busca de possibilidades de novos saberes.
Entretanto, empiristas e idealistas estão em divergência no quesito em que a ciência e a filosofia falem a mesma
linguagem, pois, para os primeiros elas advêm da experiência (pesagem, medidas, etc.,) dados concisos. Para os
segundos, isto limita a possibilidade de novos fenômenos se manifestarem e ampliarem o conhecimento, já que
são dados encerrados pela empiria. Para os filósofos empiristas justificam que não confiar no abstrato tem sido a
regra primordial. Dessa maneira, estudar para compreender, chegar aos fatos, partindo do princípio, percorrendo
o caminho do descobrimento real e concreto revela ser o método mais seguro para novas informações, isto é, para
novos conhecimentos. O cientista deve interrogar-se constantemente a cada dado obtido, pois as coisas não são o
que aparentam ser. Um percurso a ser seguido será o de pesquisar a filosofia dos objetos afim de chegar ao
verdadeiro conhecimento. Neste interim, o cientista deverá dar relevância, até mesmo, ao infinitamente pequeno e
aquilo que possa passar “despercebido” aos olhos comuns. No construir científico, às vezes, é necessário observar
o objeto como um todo. Depois isolá-lo sob todos os pontos de vista, pois isolado, um corpúsculo se torna um
centro de irradiação para um fenômeno maior. O filósofo deve adaptar-se às características das novas ciências,
encontrar-se atualizado com a tecnologia, e mais importante: utilizar os devidos métodos para chegar ao resultado
perfeito e também saber lidar com o fracasso, pois nem sempre a técnica utilizada é compatível ao objeto em
questão, o insucesso de sua experiência pode estar ligado a um método impróprio para a resolução esperada, ou
incapaz de obter o dado esperado. Colocar fortes expectativas na obtenção do resultado imediato pode resultar na
sensação do fracasso do cientista, pois, como dito anteriormente, o que é tido à primeira vista, nem sempre será o
sepultado que se espera, e neste caso, resultando em confusão, levando o pesquisador ao conhecimento comum e
não ao científico. Para o cientista, quanto mais insolúvel for o problema, maior deve ser a vontade de resolvê-lo.
Concluir uma experiência tida como irrealizável é o objetivo de todo pesquisador, tornar público a verdade sobre
aquilo que não se tinha conhecimento até o momento, ou se já o conhecia, porém superficial, deve agora, no âmbito
da ciência, esclarecer todas as dúvidas, chegando a um resultado exato, com dados específicos, traçar uma fronteira
e ultrapassá-la será o seu maior triunfo.

Biografia do Autor

Emerson Mateus Souza Duarte

Acadêmico do 2° período de Direito noturno na Universidade Municipal de Mineiros, Unifimes.

Eleno Marques de Araújo

Doutorado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Brasil (2012) Adjunto do Centro Universitário de Mineiros, Brasil. Pós doutorando pela UNIUBE – Universidade de Uberaba, no Programa de Pós-Graduação em Educação, sobre a orientação da profa. Dra. Vania Maria de Oliveira Vieira.

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Publicado

2018-12-11

Edição

Seção

Eixo III - Ciências Humanas e Sociais - Resumo