DISPARIDADE EPIDEMIOLÓGICA DE ÓBITOS POR LEPTOSPIROSE NAS DIFERENTES MACRORREGIÕES DO BRASIL

Autores

  • Matheus Medeiros Aguiar a
  • Gabriela Honorato dos Santos
  • Leandro Pires Silva Filho
  • Viviane Cristina Caldeira
  • Wellington Francisco Rodrigues
  • Camila Botelho Miguel

Resumo

A Leptospirose é uma infecção bacteriana que está associada a um quadro febril na maioria dos casos, insuficiência renal, hemorragia pulmonar e meningite, podendo levar ao óbito. Dado às discrepâncias pluviométricas nas diferentes regiões do Brasil, bem como aos fatores políticos e sociodemográficos, este estudo objetivou avaliar a frequência temporal de óbitos por Leptospirose nas diferentes macrorregiões do Brasil. Foi realizada uma avaliação retrospectiva em um período de dez anos (2006 a 2015) em base de dados do Ministério da Saúde (DATASUS), quanto aos casos de óbitos por Leptospirose nas diferentes macrorregiões. Foram incluídos todos os casos de óbitos no período delineado. Os dados foram expressos em número de óbitos por 1000 habitantes (normalizados pela densidade populacional de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados de óbitos acumulados (10 anos) das diferentes macrorregiões apresentaram discrepâncias, com diferenças significativas (p<0,05) entre a região Centro-oeste (menor ocorrência) e a região Norte (maior ocorrência), o mesmo foi observado entre as regiões Centro-oeste e Sul. Em relação às tendências correlacionais temporais de óbitos por Leptospirose, foram encontradas variações das frequências. A região Nordeste apresentou uma correlação negativa (Pearson r = -0,7) e estatisticamente significativa (p = 0,03*) dos casos de óbitos, por outro lado a região Centro-Oeste com uma correlação positiva (Spearman r = 0,72) e estatisticamente significativa (p = 0,02*). O presente estudo permite concluir que há uma discrepância quanto à distribuição das frequências de óbitos pela doença nas diferentes Macrorregiões. Além disso, um notório decaimento na região Nordeste e um preocupante aumento na região Centro-Oeste. Dados pluviométricos, políticas de saúde pública, bem como socioeconômicos e demográficos podem estar vinculados à estas variações. Havendo, a necessidade de intensificação das políticas públicas voltadas para a minimização dos efeitos deletérios acarretados pela Leptospirose no Brasil.

 

Palavras-Chave: Leptospirose. Epidemiologia. Macrorregiões. Brasil.

Biografia do Autor

Matheus Medeiros Aguiar, a

Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES, acadêmico do curso de Medicina.

Gabriela Honorato dos Santos

Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES, acadêmica do curso de Medicina.

Leandro Pires Silva Filho

Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES, acadêmico do curso de Medicina

Viviane Cristina Caldeira

Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES, especialista.

Wellington Francisco Rodrigues

Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Doutor.

Camila Botelho Miguel

Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES; Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Doutora.

Referências

Adler B, de la Peña Moctezuma A. Leptospira and leptospirosis. Vet Microbiol 2010; 140:287-96.

Bharti AR, Nally JE, Ricaldi JN et al. Leptospirosis: a zoonotic disease of global importance. Lancet Infect Dis 2003; 3:757-71

Bunnell JE, Hice CL, Waus DM, Montrueil V, Tesh RB, Vinetz JM. Detection of pathogenic Leptospira spp. infections among mammals captured in the Peruvian Amazon basin region. Am J Trop Med Hyg 2000; 63: 255-58.

Faine S, Adler B, Bolin C, Perolat P. Leptospira and leptospirosis. 2nd edn. Melbourne, Australia: Medisci 1999.

Faine S. Leptospira and leptospirosis. Baton Raton: CRC Press, 1993

Farr RW. Leptospirosis. Clin Infect Dis 1995; 21: 1–6.

Downloads

Publicado

2018-12-11

Edição

Seção

Eixo I - Ciências Biológicas e Saúde - Resumo expandido