EPIDEMIOLOGIA DA BRUCELOSE ZOONÓTICA E SUAS IMPLICAÇÕES EM SAÚDE PÚBLICA

Resumo

A brucelose é uma zoonose importante e que tem distribuição mundial. No entanto, quando se trata da enfermidade em seres humanos, os modos de transmissão e a sintomatologia clínica, ainda geram confusão. Assim, o objetivo deste resumo foi demonstrar, de forma sucinta, a cadeia epidemiológica da brucelose zoonótica, causada pela bactéria Brucella abortus e os riscos da infecção para o ser humano associados à saúde pública, elucidando sua importância e os modos de prevenção. A Brucella abortus tende a infectar preferencialmente bovinos, podendo também, infectar outras espécies de animais, além do homem. A bactéria fica presente em grandes quantidades em líquidos e anexos fetais de animais que abortam, além de colonizar o úbere, contaminando o leite. Nos rebanhos, os animais apresentam distintos graus de susceptibilidade à infecção de acordo com a idade e o gênero, sendo que as vacas prenhes constituem a categoria mais suscetível. O ser humano se infecta por contato direto ou por ingestão de produtos de origem animal, como também por inalação de aerossóis infectantes. Veterinários, magarefes, trabalhadores de granjas, dentre outros, constituem grupos de risco para infecção, uma vez que manipulam animais infectados, além de fetos e anexos fetais contaminados. As pessoas também podem se infectar ao consumir leite não pasteurizado e seus produtos procedentes de animais infectados.  No ser humano o período de incubação pode variar de uma a três semanas, mas em alguns casos pode prolongar-se por vários meses. O ser humano infectado pode apresentar sintomas como febre intermitente ou irregular, dor de cabeça, debilidade, suor abundante, calafrios, perda de peso e dores generalizadas. Sendo que um sintoma bastante comum é a astenia, causando fadiga a partir de qualquer tipo de exercício físico. Além disso, pode ocorrer infecção órgãos como o fígado e o baço. Toda zoonose, gera diminuição de produção e diminuição de força de trabalho, acarretando, consequentemente, em salários insuficientes, instrução e educação deficientes, alimentação inadequada, habitação insalubre, baixo nível de qualidade de vida, gerando um ciclo, conhecido como ciclo econômico da doença. Sendo assim, fica clara a importância da prevenção dessa enfermidade. É importante notar que, para a prevenção da infecção nos seres humanos, é necessário que se faça o controle e a eliminação da infecção nos reservatórios animais. No Brasil, existe o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCBET) que visa o controle da brucelose em bovinos e bubalinos, e apoia-se basicamente em ações de vacinação massal de fêmeas e diagnóstico e sacrifício dos animais positivos, além de medidas complementares. A educação em saúde também torna-se importante, para a prevenção da brucelose em seres humanos, à medida que essa ação visa à promoção da saúde e prevenção por meio da modificação nas atitudes ou condutas de indivíduos em relação à saúde e aos processos que necessitam ser modificados, como por exemplo o uso de equipamentos de proteção individual e a orientação sobre ingestão de leite cru e seus subprodutos.

Palavras-Chave: Bovinos. Brucella abortus. Doença. Zoonose.