LESÃO POR ISQUEMIA E REPERFUSÃO HEPÁTICA: REAÇÃO EM CADEIA CAUSADA PELA AÇÃO DE RADICAIS LIVRES DURANTE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

Autores

  • Flávio da Cunha Medeiros a
  • Marcello Hemiliano Silveira
  • Maraíza Silva Gomes

Resumo

O fígado é uma glândula do corpo humano com diversas funções primordiais para manutenção da homeostase. Ele possui funções metabólicas, devido seu envolvimento no processamento de nutrientes que são absorvidos no trato gastrintestinal.  Além disso, o fígado detém função imunológica desempenhada pelas células de Kupffer que são macrófagos encontrados nos sinusóides hepáticos. Alguns procedimentos cirúrgicos que esse órgão é submetido podem resultar em lesões causadas por isquemia e reperfusão que acontecem por ação alteração do fluxo sanguíneo hepático. Cirurgias hepáticas como hepatectomia e transplante apresentam grande possibilidade de perda sanguínea que pode ser evitada pelo fechamento transitório dos vasos aferentes do fígado. A lesão causada por essa ausência e retorno de fluxo sanguíneo caracteriza a lesão por isquemia e reperfusão.  A fisiopatologia dessa lesão parece estar envolvida com ações desencadeadas pelos radicais livres (EROS- espécies reativas de oxigênio) produzidos principalmente durante a reperfusão. As EROS além de diversas outras ações, são capazes de estimular um processo inflamatório mediado por neutrófilos. Além disso, nessa lesão é observada uma desordem na microcirculação hepática. O estudo dessa complexa lesão se justifica pela busca de entendimento completo da fisiopatologia da lesão e de novas estratégias para minimizar os danos causados durante as cirurgias hepáticas. Nosso estudo foi realizado por meio de revisão bibliográfica de artigos científicos sobre o assunto. As informações colhidas sumarizam os mecanismos envolvidos no desenvolvimento lesão bem como as possíveis estratégias de controle que vem sendo estudadas.

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Publicado

2018-12-11

Edição

Seção

Eixo I - Ciências Biológicas e Saúde - Artigo