SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA PEDIÁTRICA (SIM-P) PÓS-COVID-19: UMA ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ATUAIS
Resumo
Sabe-se que a população pediátrica é considerada de baixo risco para COVID-19. Apesar disso, verificou-se a existência de uma síndrome rara e grave nesse grupo etário, temporalmente associada à COVID-19, nomeada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). É caracterizada pela presença de febre e inflamação multissistêmica com tempestade de citocinas, incluindo casos graves com choque e falência de múltiplos órgãos, incluindo danos miocárdicos. Diante das recentes descobertas relacionadas à SIM-P, o presente estudo teve como objetivo identificar, os aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos, clínicos, diagnósticos e terapêuticos da SIMP. Para isso, realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados disponíveis, selecionando 13 publicações, nos idiomas português e inglês, que abordassem as características clínicas de crianças com SIM-P, no período de 2019 a 2022. Assim, os estudos analisados apontaram que a SIM-P é uma patologia rara, mas potencialmente fatal, com taxa de letalidade de 6,6% no Brasil. A doença acomete mais as crianças de raça afrodescendente e os sinais clínicos comuns são a presença da febre persistente e a elevação dos marcadores laboratoriais. Também pode haver manifestações semelhantes a Doença de Kawasaki, choque, hipotensão arterial, manifestações de disfunção miocárdica, sintomas gastrointestinais, entre outros O tratamento visa reduzir o estado inflamatório sistêmico através da administração de imunoglobulina intravenosa, uso de corticosteroides, drogas vasoativas, imunomoduladores e anticoagulantes. Por se tratar de uma doença nova e devido à diversidade de manifestações clínicas, faz-se necessário a realização constante de pesquisas para elucidar essa patologia.