A FILOSOFIA DA CIÊNCIA NO PENSAMENTO DE BACHELARD
Resumo
O presente trabalho objetiva-se uma análise nas obras de Bachelard, no que tange a filosofia da ciência,neste sentido, busca constatar a concepção filosófica do pensador francês sobre o conhecimento empírico [senso
comum] e o conhecimento científico. A metodologia utilizada na pesquisa consistiu na revisão bibliográfica, por
meio de leituras e fichamentos das obras primárias de Bachelard. Na trilha da epistemologia filosófica a
experiência, do ponto de vista dos empiristas, é uniforme em sua essência, pois tudo advém da sensação. Do outro
lado, estão os idealistas que não valorizam tanto a experiência, pois, uniforme para eles é a à razão: o intelecto. É
este o dever do epistemólogo, não se limitar às informações dadas à primeira vista, mas, ter a fome de
conhecimento, indagar-se a todo momento sobre os fatos obtidos e ir em busca de possibilidades de novos saberes.
Entretanto, empiristas e idealistas estão em divergência no quesito em que a ciência e a filosofia falem a mesma
linguagem, pois, para os primeiros elas advêm da experiência (pesagem, medidas, etc.,) dados concisos. Para os
segundos, isto limita a possibilidade de novos fenômenos se manifestarem e ampliarem o conhecimento, já que
são dados encerrados pela empiria. Para os filósofos empiristas justificam que não confiar no abstrato tem sido a
regra primordial. Dessa maneira, estudar para compreender, chegar aos fatos, partindo do princípio, percorrendo
o caminho do descobrimento real e concreto revela ser o método mais seguro para novas informações, isto é, para
novos conhecimentos. O cientista deve interrogar-se constantemente a cada dado obtido, pois as coisas não são o
que aparentam ser. Um percurso a ser seguido será o de pesquisar a filosofia dos objetos afim de chegar ao
verdadeiro conhecimento. Neste interim, o cientista deverá dar relevância, até mesmo, ao infinitamente pequeno e
aquilo que possa passar “despercebido” aos olhos comuns. No construir científico, às vezes, é necessário observar
o objeto como um todo. Depois isolá-lo sob todos os pontos de vista, pois isolado, um corpúsculo se torna um
centro de irradiação para um fenômeno maior. O filósofo deve adaptar-se às características das novas ciências,
encontrar-se atualizado com a tecnologia, e mais importante: utilizar os devidos métodos para chegar ao resultado
perfeito e também saber lidar com o fracasso, pois nem sempre a técnica utilizada é compatível ao objeto em
questão, o insucesso de sua experiência pode estar ligado a um método impróprio para a resolução esperada, ou
incapaz de obter o dado esperado. Colocar fortes expectativas na obtenção do resultado imediato pode resultar na
sensação do fracasso do cientista, pois, como dito anteriormente, o que é tido à primeira vista, nem sempre será o
sepultado que se espera, e neste caso, resultando em confusão, levando o pesquisador ao conhecimento comum e
não ao científico. Para o cientista, quanto mais insolúvel for o problema, maior deve ser a vontade de resolvê-lo.
Concluir uma experiência tida como irrealizável é o objetivo de todo pesquisador, tornar público a verdade sobre
aquilo que não se tinha conhecimento até o momento, ou se já o conhecia, porém superficial, deve agora, no âmbito
da ciência, esclarecer todas as dúvidas, chegando a um resultado exato, com dados específicos, traçar uma fronteira
e ultrapassá-la será o seu maior triunfo.