ABORDAGEM TERAPÊUTICA DAS PRINCIPAIS SEQUELAS DECORRENTES DA CINOMOSE CANINA
Resumo
A cinomose canina é uma doença febril, altamente contagiosa para cães e outros animais carnívoros; sendo a causa mais comum de convulsões em animais com menos de 6 meses de idade. É considerada a enfermidade viral mais prevalente na espécie canina. O agente etiológico é um vírus envelopado, grande e pleomórfico pertencente à família Paramyxoviridae e ao gênero Morbilivirus. Podendo a transmissão ser por via respiratória, digestiva ou conjuntival. No primeiro dia de infeção, afeta as células do trato respiratório e das amidalas, 2 a 3 dias o vírus entra em viremia e é encontrado nas células mononucleares do sangue, em seguida no sistema linfoide de todo o organismo. Nesta fase, o cão consegue uma resposta imune rápida e efetiva podendo eliminar o vírus e se recuperar completamente, com ausência de sinais clínicos. Porém, o vírus pode alcançar o sistema nervoso central e comprometer várias células; o que pode resultar sinais clínicos e sequelas nesse sistema. Portanto, o objetivo é caracterizar as principais sequelas decorrentes da cinomose canina e quais são as melhores condutas terapêuticas. Trata-se de um estudo baseado em um levantamento bibliográfico atual nas plataformas de pesquisa Scielo e Google Acadêmico, utilizando os seguintes descritores: cinomose canina, sequelas e tratamentos. Após revisão da literatura, observou-se que os pesquisadores têm apontado como principais sequelas da cinomose canina: perda da cognição, alterações de equilíbrio e locomoção, mioclonias, paralisia, paraplegia, tetraplegia e convulsões. Esses sintomas podem ser classificados tanto como graves quanto leves. Essas sequelas são consideradas irreversíveis, mas têm sido tratadas sintomaticamente quando o estágio não é extremamente avançado e não há indicação de eutanásia. As duas principais técnicas tem sido o transplante halogênico de células mononucleares da medula óssea e a acupuntura. No caso dessa primeira, um recente trabalho testou a inoculação de células mononucleares de medula óssea halogênicas extraídas de cães saudáveis. O tratamento foi realizado em 11 cães com sequelas moderadas, em sete com sequelas agudas, cinco com cura completa dos sinais clínicos, e dois com cura parcial. Dos animais com sinais crônicos, três tiveram melhoras significativas e dois apresentaram curto momento de melhora. Já em outro trabalho que testou a segunda técnica, foram selecionados pacientes com paresia ou paralisia de membros pélvicos e mioclonia. O princípio é a utilização de aparelhos de eletroestimulação nos acunpontos. A corrente continua aumenta a excitabilidade neuromuscular, melhorando bastante a contratilidade dos músculos paralisados durante e após a passagem da corrente. Observou-se no decorrer do tratamento uma melhora em cada paciente, os espasmos musculares diminuíram, retornou o reflexo de propriocepção, maior disposição para se movimentar, e melhora até no sono do animal. Conclui-se que é muito importante que o clinico pesquise e estude novos métodos, para utilizar nos seus pacientes, podendo melhorar bastante a qualidade de vida do animal e consequentemente ajudar o proprietário.
Palavras-Chave: Morbilivirus. Sequelas. Cães. Terapêutica.