ÁCAROS FORÉTICOS (Rhinoseius spp.) EM APODIFORMES DO CERRADO E PANTANAL BRASILEIRO
Autores
Mayni Flávia de Souza Silva
Raiany Borges Duarte
Manoel Vitor Marim Machado
Dirceu Guilherme de Souza Ramos
Isis Assis Braga
Resumo
Ácaros nasais são comumente encontrados em diversas espécies de aves, principalmente beija-flores. Na maioria dos casos são reportados ácaros endoparasitas que habitam o sistema respiratório das aves, precisamente câmaras nasais anteriores, laringe, traqueia, pulmão, e sacos aéreos e conjuntivais. Entretanto existem ácaros que são apenas carreados por Apodiformes, sendo seu verdadeiro habitat flores que servem de fonte de nutrientes para essas aves. Durante agosto de 2012 a maio de 2014, aves foram capturadas através de redes de neblina e examinadas quanto à presença de ácaros nasais (identificados de acordo com chaves específicas para esses ácaros) em dois biomas do estado de Mato Grosso, o Pantanal na cidade de Poconé e o Cerrado no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (PNCG). Ao todo 674 aves foram capturadas, sendo 76 Apodiformes da família Trochilidae (11,3% - 49 no Cerrado e 27 no Pantanal) e foram encontrados ácaros nasais (Rhinoseius spp.) em oito aves (1,2% do total de aves e 10,5% do total de Apodiformes) das seguintes espécies: Amazilla fimbriata (2 no PNCG e 1 no Pantanal), A. versicolor (1 no PNCG), Eupetonema macroura (1 no PNCG) e Thalurania furcata (2 no PNCG e 1 no Pantanal). Espécies de Rhinoseius foram relatadas em diversos países da América, entretanto este é o primeiro relato em Apodiformes no bioma do Pantanal. O conhecimento a respeito de ácaros foréticos tem importância principalmente para o desenvolvimento e conservação da biodiversidade, considerando que danos indiretos podem ser causados na população de aves Apodiformes e também na dinâmica reprodutiva de plantas dos ecossistemas em que estão inseridos.