Este trabalho objetiva evidenciar os benefícios das lutas nas aulas de Educação Física (EF) escolar a partir da produção teórica. As lutas se diferenciam das artes marciais pela primeira possuir como princípio o combate com contato corporal ou mediado por instrumentos, enquanto as artes marciais se apresentarem de modo mais amplo já que são métodos de guerra e possuem um conjunto filosófico que se baseiam em preceitos éticos, estéticos e morais. Desse modo, pensando na dinâmica escolar, consideramos o conteúdo de lutas como mais propício para se trabalhar com as crianças. Partindo disso, foi realizado um levantamento de trabalhos científicos e documentos que orientam a EF e selecionados aqueles que abordavam o tema em questão. Após leitura e análise, foi possível identificar que a presença das lutas no ensino escolar é considerado importante dado que a disciplina de EF, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), deve oferecer a oportunidade ao aluno de vivenciar todas as variedades possíveis de práticas da cultura corporal. Ainda pelo documento, essa modalidade específica, trabalha com a disputa entre oponentes exercitando a relação ganhar/perder, punindo atitudes de violência e deslealdade. Nos trabalhos científicos identificamos entre os benefícios: aspectos morais como enfrentamento das dificuldades cotidianas (GOMES, 2014); crescimento pessoal, afetivo e em técnica de lutas oportunizado pelo sistema de erros e acertos, com isso propondo alcançar o melhor de si (MONAHAN, 2007); desenvolvimento espiritual diante da busca de seu potencial próprio que ameniza a competitividade do aluno (SIMPKINS e SIMPKINS, 2007); benefícios físicos, já que as lutas também melhoram a condição cardiorrespiratória, força muscular, flexibilidade e composição corporal, prevenindo males na infância e adolescência (PAGANI et.al, 2012). Foram identificados vários benefícios aos indivíduos em relação ao aspecto físico, psicológico e moral, contudo é preciso salientar que a sua prática na escola é um elemento com ampla discussão dado que não é um conteúdo amplamente desenvolvido e ainda encontram barreiras como a formação técnica dos professores, as dificuldades estruturais e a aceitação da escola como um conteúdo apropriado para o ambiente escolar.