DOENÇA DE PARKINSON E O DÉFICIT DE MEMÓRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Palabras clave:
Memória. Senescência. TranstornosResumen
A Doença de Parkinson (DP) é definida como uma doença neurodegenerativa progressiva que pode se manifestar com sintomas motores, mais comuns, e alterações cognitivas, as quais são encontrados em fases mais avançadas da doença. Nos achados comportamentais, mostram-se mais comuns: os transtornos neurocognitivos, a psicose, a ansiedade e a depressão e o déficit de memória. A memória pode ser dividida em dois tipos: implícita e explícita. A primeira, também chamada não declarativa, ou procedural é definida como a realização de procedimentos motores em que o paciente consegue executar de forma automática e instantânea, como andar de bicicleta ou patins. A memória explícita, ou declarativa trata-se de um componente essencial para a formação da memória episódica, em que ocorre o processamento de informações, acontecimentos, imagens e palavras tornando-as uma lembrança consciente. Este trabalho tem como objetivo entender como a Doença de Parkinson evolui com o déficit de memória. Este estudo consistiu numa revisão de literatura. Os dados foram extraídos das bases de dados digitais: PubMed (National Library of Medicine) e Google Scholar. Os descritores utilizados na pesquisa foram somente no idioma inglês e os artigos selecionados foram entre os anos de 2018 a 2021. O cérebro humano do doente parkinsoniano possui atividade elétrica com potência excessiva de 12 a 30 Hz dentro da faixa beta, o que resulta em bradicinesia e rigidez na doença de Parkinson. A formação efetiva de memória episódica, em adultos saudáveis, depende da diminuição da potência beta que, durante a fase de codificação, as palavras que serão subsequentemente lembradas são previstas. A interferência na formação da memória episódica em indivíduos com a doença de Parkinson envolve a não redução da potência beta nestas pessoas. A senescência é capaz de produzir uma atrofia da massa encefálica de forma fisiológica, afetando a região do hipocampo e gerando como consequências déficits da memória episódica, repercutindo no esquecimento de datas, locais e palavras. Na DP ocorre uma neurodegeneração patológica, intensificando, ainda mais, a atrofia encefálica e em consequência comprometendo a memória episódica. Ela pode ser encontrada nas fases iniciais ou tardias da DP, sendo essa última prevalente em 40% dos doentes. Foi evidenciado que apesar de a maior parte dos pacientes com DP ser do sexo masculino, a maioria propensa a ter mais déficits cognitivos envolvendo a memória episódica são do sexo feminino. Logo, a DP é uma doença neurodegenerativa que pode evoluir em complicar-se com o déficit de memória, sendo que as duas principais explicações se referem à atividade elétrica com potência excessiva e a própria senescência com atrofia da massa encefálica.