ANALISES SOROLÓGICAS E SUA IMPORTÂNCIA NA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DA FEBRE MACULOSA BRASILEIRA
Palavras-chave:
Ecoepidemiologia, Saúde Pública, RiquetsiosesResumo
Caracterizada por edemas maculo papulares em humanos, a febre maculosa é ocasionada por Rickettsias spp., que são bactérias gram negativas intracelulares obrigatórias, no Brasil a R. rickettsii e a R. parkeri, são transmitidas por vetores, geralmente carrapatos do gênero Amblyomma. Esses carrapatos e seus hospedeiros são os responsáveis por manterem a doença em seu ciclo enzoótico, e esses vetores costumam parasitar diversos animais no meio ambiente, tendo mamíferos como hospedeiros participantes de seus ciclos de vida. Roedores e pequenos mamíferos têm grande importância nas fases imaturas desses vetores, enquanto os demais animais podem ser parasitados tanto pelas ninfas quanto pelas fases adultas. Dentre os hospedeiros susceptíveis alguns roedores como as capivaras, são capazes de atuarem como hospedeiros amplificadores, dessas bactérias por conviverem no ambiente em que o patógeno está presente, atraírem seus vetores e serem suscetíveis à infecção. Animais domésticos como cavalos e cães são excelentes hospedeiros sentinelas, pois através de analises sorológicas é possível detectar a presença da bactéria em determinadas áreas. A Febre Maculosa Brasileira tem grande importância para a saúde pública, pois é uma riquetsiose com 80% de taxa de letalidade quando não tratada. A preocupação com a FMB cresceu muito nos últimos anos devido ao aumento de casos notificados e confirmados em zonas rurais e periurbanas entre os anos de 2007 e 2017. O presente trabalho tem por objetivo, enfatizar a importância da detecção da FMB na natureza e em áreas rurais e periurbanas. Foi realizada uma breve revisão bibliográfica nas principais base de dados com foco em artigos recentes e com boa pontuação no QUALIS. Para a o diagnostico laboratorial o teste de eleição é a sorologia, realizada a partir da técnica de Reação de Imunofluorescência Indireta-RIFI que busca verificar a presença de anticorpos anti-ricketsias em animais e para o teste em vetores coletados diretamente da natureza, a PCR convencional e a qPCR são necessários para verificar a presença do agente nos carrapatos responsáveis pela transmissão. A partir da técnica de RIFI feita através da coleta do soro dos animais, e introduzindo anticorpos anti-Rickettsia, é possível saber se o animal em teste entrou alguma vez em contato com a bactéria ao logo de sua vida, assim, sendo possível ter um histórico da presença do agente em locais específicos de pesquisa epidemiológica. Devido ao crescimento dos casos, estudos que visam detectar a presença da FMB são de grande importância, pois quando detectada precocemente é possível alertar a vigilância epidemiológica do município, para que medidas de prevenção sejam tomadas, para isso testes sorológicos como a técnica de RIFI, realizados em soro coletados de animais, seja na natureza ou de propriedades rurais, tem grande importância para o monitoramento de áreas endêmicas e não endêmicas. Mediante aos expostos pode-se concluir, que está zoonose deve ser monitorada a partir de investigações soroepidemiológicas para que não haja possíveis surtos endêmicos. Outras formas de auxiliar as populações rurais são, por meio de ações que promovam orientações acerca de prováveis locais de infecções (LPI), além do conhecimento dos vetores, bem como seus amplificadores.