BRINCADEIRAS DE CRIANÇAS NO LABORATÓRIO DE LUDICIDADE: A INFLUÊNCIA DAS CORES E DO ADULTO NAS CULTURAS LÚDICAS INFANTIS
Autores
Ana Caroline Irineu Pereira
Evandro Salvador Oleira
Resumo
Esta pesquisa é um desdobramento, em nível de trabalho de conclusão de curso de (graduação) em Educação Física, articulado a um projeto de extensão e pesquisa da Unifimes, cujo objeto de estudo é a criança, questões de gênero e sexualidade, o brincar e a produção de culturas (lúdicas) em uma Brinquedoteca Universitária. O objetivo principal deste consiste em compreender as influências que a cores dos objetos imprimem nos jogos e culturas lúdicas infantis, bem como o comportamento tradicional de professores (adultos) que trabalham com crianças na Educação Infantil. O contexto da pesquisa se trata da Brinquedoteca da Unifimes, também conhecida como Laboratório de Ludicidade, que, por meio do desenvolvimento do projeto de extensão, recebe crianças da pré-escola, entre 3 e 5 anos, rotineiramente para realização de atividades pedagógicas e de oficinas lúdicas. Como recursos metodológicos, a observação participante nas brincadeiras de faz de conta das crianças tem sido utilizada, acompanhadas de registros em diário de campo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com caráter de intervenção, que explora questões trazidas pelas próprias crianças, em que as oficinas desenvolvidas com elas são frutos dos assuntos que vem à tona no contexto da investigação. Com esta pesquisa, busca-se contribuir para o debate sobre a infância, gênero e sexualidade na cultura contemporânea, bem como analisar suas brincadeiras e suas relações que ocorrem com o outro, sobretudo no âmbito da educação de crianças. Como considerações, observa-se que as crianças, na Brinquedoteca Universitária, ao construir suas brincadeiras e produzir culturas lúdicas, demarcam comportamentos que expressam como as cores, sobretudo rosa, azul e verde, reforçam que determinados brinquedos ou objetos se caracterizam como elementos preferencialmente do sexo feminino, ou “de menina”, por meio do rosa. Por outro lado, o azul e o verde, por exemplo, são considerados como cores do universo masculino, ou “de menino”, como as oficinas realizadas com as crianças e professoras nos apresentam. Isso ocorre, principalmente, quando as crianças compõem suas culturas lúdicas se apropriando de condutas e comportamentos advindos do mundo adulto, ou dos discursos que as professoras trazem constantemente no contexto educativo em que estão inseridos.